A comitiva brasileira formada por representantes da cadeia produtiva do tabaco, prefeitos, parlamentares e lideranças do setor, foi impedida de participar do primeiro dia de debates da COP11, conferência internacional sobre controle do tabaco, realizada em Genebra, na Suíça. O evento, iniciado nesta segunda-feira (17), reúne aproximadamente 1.800 delegados de diversos países.
Segundo o prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, o grupo tentou realizar o credenciamento, mas não teve acesso autorizado e foi retirado do espaço interno, impedido inclusive de registrar o que acontecia no local. De acordo com ele, a comitiva buscava apresentar dados sociais e econômicos da cadeia produtiva, que tem forte impacto no Brasil, especialmente na região Sul.
Ainda conforme a comitiva, o grupo será recebido nesta terça-feira (18) pelo embaixador brasileiro na Suíça. Antes disso, representantes participaram de uma reunião em um hotel próximo, onde o presidente do Sindicato das Indústrias do Tabaco, Valmor Tessing, apresentou levantamentos recentes que apontam medidas mais rígidas propostas pelo Brasil, incluindo a possível proibição de filtros e novos subprodutos derivados do tabaco.
Imprensa brasileira também foi impedida de entrar
Profissionais de imprensa brasileiros tiveram igualmente seu credenciamento negado sem justificativa, apesar de terem apresentado toda a documentação exigida e cumprido os prazos oficiais. Cinco veículos foram barrados, enquanto outros receberam acesso normalmente.
Em nota conjunta enviada às instituições brasileiras de defesa e regulação da atividade jornalística, repórteres e representantes dos veículos afirmam que a medida foi arbitrária, seletiva e discriminatória, violando a liberdade de imprensa garantida pela Constituição Federal.
O documento destaca que o acesso negado compromete o direito da sociedade à informação, especialmente em um evento que trata de decisões com grande impacto social, econômico e sanitário. A nota também lembra que a COP11 recebe recursos do Governo Brasileiro, próximos a R$ 1,5 milhão, reforçando a necessidade de transparência no uso de verbas públicas.
Os jornalistas pedem:
Que os organizadores restabeleçam o acesso dos veículos barrados;
Que instituições brasileiras acompanhem formalmente o caso;
Que sejam tomadas medidas para impedir que episódios semelhantes se repitam.
A carta é assinada por representantes de jornais, rádios e grupos de comunicação, entre eles:
Rafael Henrique da Cunha (Grupo Arauto),
Guilherme Siebenaichler (Olá Jornal),
Romar Rudolfo Beling (Gazeta Grupo),
Letícia Wacholz (Grupo Folha do Mate) e Rádio Acústica FM.
AGERT manifesta preocupação
A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT) divulgou nota demonstrando preocupação com o episódio. A entidade afirma que impedir o acesso de profissionais devidamente credenciados fere diretamente a liberdade de imprensa, a transparência e o direito à informação.
A AGERT reforça apoio aos jornalistas barrados e solicita acompanhamento das autoridades para garantir que o livre exercício da atividade jornalística seja assegurado em eventos internacionais.
Fonte e foto: O Sul e AGERT
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