Em reunião com entidades da agricultura familiar em Lajeado, no Vale do Taquari, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou nesta quinta-feira (28) que a estatal está organizando uma proposta, a pedido do governo federal, para criar um programa nacional de subsídio aos produtores de leite. A iniciativa atende demanda apresentada ao governo por diversas organizações ligadas ao campo.
“O governo federal está sensível à situação dos produtores de leite e a Conab está mobilizada e estudando uma proposta para viabilizar esse programa e a permanência das famílias no campo. Além disso, já estamos com os editais abertos para a compra de leite em pó da agricultura familiar”, destacou.
A Companhia está fazendo um levantamento do preço médio pago aos produtores em anos passados, com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Universidade de São Paulo (USP), e o Conselho Paritário entre Produtores de Leite e Indústrias de Laticínios (Conseleite), para apresentar esse estudo ao governo.
Ainda não está definido qual será o investimento total, nem quantas famílias ou locais serão beneficiados. No entanto, sabe-se que os preços estão baixos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, pelas questões de mercado. No território gaúcho, de acordo com entidades do setor, os produtores estão recebendo menos de R$ 2,00 pelo litro de leite.
Ainda para amenizar os impactos da crise do leite, que se agravou nos últimos anos pela ausência de políticas de incentivo ao setor e a importação de produtos lácteos de países vizinhos, como a Argentina e o Uruguai, a Conab destinou R$ 100 milhões do seu orçamento para a aquisição de 2,1 mil toneladas de leite em pó da agricultura familiar da região Sul do país. A chamada pública foi aberta no dia 20 de setembro.
A estatal vai comprar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), 1,8 mil toneladas de leite em pó do Rio Grande do Sul, 200 toneladas de Santa Catarina e 100 toneladas do Paraná. O alimento será destinado para o atendimento de cozinhas comunitárias e solidárias, a suplementação de cestas de alimentos e demais prioridades estabelecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Foto: Joaquim Moura
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