Em Tupanciretã, no Assentamento Santa Rosa, na propriedade de um assentado, nasceu um novo acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Rio Grande do Sul. A ação faz parte de outras centenas que estão acontecendo no país, pois abril é o mês da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária.
O dirigente estadual do MST/RS, Alencar Cavaleiro, conversou com a reportagem da Rádio Tupã:
"Ele (MST) é o movimento de massa, o movimento organizado. Já estamos completando nesse ano, 44 anos de luta com várias famílias assentadas, inclusive aqui na nossa região, então eu sou de Júlio de Castilhos, meus pais moram lá, são assentados, então estou aqui para colaborar com o acampamento, nós aqui em Júlio Castilhos, Tupanciretã, Cruz Alta, Jóia, Salto do Jacuí e Boa Vista do Incra, nós temos 1826 famílias assentadas que geram renda, que tem a sua atividade aqui que tem criado seus filhos, que estão desenvolvendo os municípios daqui da nossa região, e isso vem agora para nós aumentarmos. Então combina com a questão do novo acampamento da região centro para a gente dar mais acesso e mostrar ao governo de que é necessário e tem demanda para novas famílias um pedaço de chão para tirar o seu sustento e para nós aumentarmos a questão da alimentação. Porque hoje, a gente vê que a gente tem aí commodities de soja, milho e trigo e que não tá sendo suficiente para a produção do alimento na mesa do nosso povo da cidade". (Alencar Cavaleiro 1)
Ao decorrer dos próximos dias, a expectativa é que o local acolha 500 famílias. Alencar complementa a necessidade desta ação:
"Na verdade, assim, a reforma agrária deveria ser uma pauta política, uma ação pública, e aí como isso não é feito, inclusive está na Constituição Federal, no acesso e como o governo não faz, a gente tem que lembrá-los de que existe essa cláusula lá na nossa Constituição e que eles precisam e tem demanda de famílias que querem ficar no campo, viver da agricultura, e principalmente, produzir o alimento para o nosso povo que está na cidade. O acampamento tá instalando hoje, então ele vai permanecer o tempo que for necessário pelo fato de que a reforma agrária é uma luta diária, contínua, então vai, por exemplo, vamos supor que daqui a 30 dias saia um assentamento com 100 famílias, nós estamos chegando aqui a 300 famílias, então subirá e a luta ela é contínua que o pessoal vai vendo a necessidade, porque a cidade está bem difícil. A questão do nosso povo tá ganhando pouco, o custo de vida um pouco alto, e aí isso tá dificultando nossas famílias de se manter". (Alencar Cavaleiro 2)
O dia 17 de abril marcou a Luta pela Reforma Agrária no Brasil. A data foi instituída pela Lei nº 10.469/2002 em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Em 17 de abril de 1996, 21 trabalhadores rurais sem-terra foram mortos pela polícia durante manifestação que reivindicava a desapropriação de terras improdutivas para reforma agrária. Desde então, a data se tornou símbolo da luta e dos desafios enfrentados pelos trabalhadores rurais e dos movimentos sociais em sua busca por justiça, igualdade e dignidade no campo.
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