Júlio de Castilhos e Tupanciretã celebraram neste domingo a realização da Travessia entre os municípios, uma prova de 25 km em percurso trail que uniu cidades, atletas e histórias marcadas pela superação. A corrida contou com mais de 190 participantes, distribuídos entre as modalidades solo, duplas e quartetos, que enfrentaram altimetria elevada, longos trechos de estrada de chão, piso irregular, subidas constantes e variações de ritmo.
A Rádio Tupã esteve representada por dois atletas que concluíram o desafio: Pedro Medeiros, que competiu solo e conquistou o 3º lugar em sua categoria, e Wendell Pivetta, integrante do quarteto campeão geral ao lado de Thiago Portella, Douglas Padilha e Tárcio.
O desafio mental e físico de Pedro Medeiros
Pedro, que passou a competir oficialmente em 2024 após estrear na Tupã Night Run, destacou o trecho mais decisivo da prova, quando a fadiga física exigiu força mental redobrada. Ele relata, na íntegra:
"Aos 20 quilômetros, mais ou menos — foi até um pouquinho depois — começou a dar um pouco mais de trabalho. Já haviam passado os primeiros 20 km entre subidas e descidas, o que também complica um pouco para quem está fazendo aquele trajeto. Mas, ali por volta dos 20 a 21 km, o corpo já começou a cansar um pouco mais, as pernas começaram a ficar um pouquinho mais pesadas e apareceram algumas dores no joelho, no tornozelo, alguma coisinha assim.
É ali que, de fato, a prova começa, porque é quando a gente precisa lidar bastante com o mental, que é algo que a gente tem que preparar antes de qualquer prova que vá realizar. Então, nessa parte, deu uma ‘pegada’ um pouquinho nesse sentido, perto dos 20 km.
Mas, como eu já estava bem preparado — tanto fisicamente quanto mentalmente — foi possível continuar. O objetivo principal para mim era terminar, de fato: poder concluir a prova. E, felizmente, consegui ser maior do que essas adversidades. Como eu disse, chega um momento em que o corpo começa a doer em tudo que é lugar, músculo que tu nem sabia que existia começa a doer, mas com o mental a gente consegue ter força para seguir em frente. E já estava terminando a prova, né? Faltavam só 5 km.” (Pedro 1)
Além da fadiga natural da quilometragem, Pedro enfrentou alternâncias de piso: trechos de asfalto, terra batida, pedras soltas e áreas mais acidentadas. Segundo ele, essa variação torna o trajeto ainda mais técnico e imprevisível.
Quarteto campeão: união e amizade na visão de Wendell Pivetta
Wendell, com mais de cinco anos de treinos e competições, reforça que correr em equipe torna a jornada mais leve e especial. Ele participou da Travessia no quarteto campeão geral e compartilhou sua visão sobre o espírito coletivo da corrida:
“Não pensa, só vai, aproveita, corre… Monta o teu grupo — não só grupos com assessorias, que dão dicas especializadas, mas também grupos de amigos. Isso é muito importante. Eu, por exemplo, tenho um grupo, o Corre da Turma. A gente se reúne no domingo e, independente do trecho que cada um vai fazer, todo mundo larga junto. Depois, a gente se reúne para confraternizar, conversar sobre os treinos, trocar dicas.
A corrida de rua é um esporte democrático. É você contra você mesmo. O que você planta, você colhe no resultado final — e isso vale para a vida também.
E, como o Pedro falou, o pessoal se ajuda muito. Os atletas trocam muito feedback, muita dica. A gente acaba formando uma família, porque os desafios da corrida são os mesmos do dia a dia: superar dificuldades, pedir ajuda quando precisa, conviver, criar amizades. Com esse coleguismo, tudo fica mais fácil, mais leve.
Então fica o pedido e o convite: aproveite, corra, se divirta! Não tem contraindicação. E, com certeza, isso faz uma diferença imensa na qualidade de vida.” (Wendell 1)
Próximos passos
Após concluírem a Travessia, os atletas já direcionam seu foco para dois próximos desafios:
Rústica do Aniversário de Tupanciretã, em dezembro;
Travessia Torres–Tramandaí, em janeiro.
A expectativa para a Travessia 2026 também já começa a crescer entre atletas e organizadores.
A edição 2025 da Travessia entre Júlio de Castilhos e Tupanciretã consolidou-se como um evento de superação, integração e fortalecimento das corridas de rua na região, homenageando não apenas o esporte, mas também a união entre os municípios e os valores da perseverança e do espírito esportivo.
Foto: Wendell Pivetta e Bruno Brum - Foto & Esporte
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