Rodinei da Silveira e Alice Cardoso, tradicionalistas de Tupanciretã, concederam entrevista à Rádio Tupã, relembrando o passado da cultura gaúcha na Terra da Mãe de Deus. Alice lembra do início da Entidade Nativista Taquarembó, quando foi formado o grupo de laçadores locais:

"Já tinha em Júlio de Castilhos, já estava sendo divulgado isso, e Tupã ainda não tinha Piquete de Laçadores e tal, então ele pediu para o pai fazer um Piquete para eles começarem a participar de rodeios e tal. Tupanciretã não tinha nem raia, não tinha nada, então ele pediu para o pai, daí foi quando o pai começou a laçar pelo Tapera, antes de fazer o Pedro-Quebra. Então o pai laçava, era um grupo de 5 homens, aí o pai muito tempo pelo Tapera, daí depois que eles fizeram o grupo Pedro-Quero daí já era um 10 homens, daí já fazia o grupo A e B". (Alice 1)

Rodinei completa, quando em 1978 um grupo de tupanciretanenses participaram de um rodeio em Vacaria, para aprender e trazer para a Terra da Mãe de Deus, mais conhecimento sobre o rodeio, quando no início, o nome denominado a este evento, era campereada. Neste aspecto, Rodinei comenta sobre a atual vivência dos rodeios:

"Eu vou falar sinceramente seu, até fico triste quando vejo como tá sendo hoje. O pessoal hoje quer laçar por dinheiro, não é pela tradição como nós laçávamos. Nós íamos para o rodeio, não importava, e eu ia, mas hoje também tem o seguinte, os narradores narravam os grandes rodeios e não cobravam nada. Só pagava o som. Hoje se paga. Até para ser juiz é cobrado. Naquela época convidava três homens que eram da lida e entendiam, e seria o juiz. Eu lembro que em 1988 que o congresso que eu tive, eu fui como coordenador também, era assim, só que era em São Gabriel que o presidente era de lá, foi feito para nós oficializarmos o tamanho da armada. Em algum lugar era 8 metros e em outro lugar era 7 metros". (Rodinei 1)

Estas histórias, assim como outras contadas na entrevista, está disponível nas plataformas digitais da Rádio Tupã.