Na manhã de quarta-feira a Rádio Tupã recebeu Antonio Carlos Conceição, Produtor de Leite, Gilmar Bart, representante dos pais de alunos e Arlindo Tosse, Presidente do Assentamento Conceição, em uma entrevista por busca de auxílio efetivo dos moradores, afetados a mais de 60 dias pelos estragos ocorridos nas estradas interioranas, afetando a trafegabilidade para produção leiteira e deslocamento de professores e alunos:

"Foi na quinta-feira, a RBS foi solicitado por um outro morador lá de Santa Helena, falou para virem ver o nosso problema. Foi dado a localização, mas a equipe achou melhor se dirigir por Tupã até, aí não quis vir por Cruz Alta que a estrada que tá dando acesso hoje para nós ao chegar em Tupã é por Cruz Alta. A equipe fez 5 km, não pode andar mais devido às precariedades das estradas, aí não encontrou os moradores daqui e voltou e comunicou a nós que infelizmente não pode ir lá ouvir. Nós tava entre 30 na comunidade lá reunida e não pode ouvir nós por dificuldade. Por um lado nós achamos ruim porque não foi lá ouvir nós, o outro lado eles comprovaram aquilo que nós vínhamos dizendo que nós só temos acesso às estradas por Cruz Alta. Hoje, por exemplo, em Tupã eu faço 70 km para vim 70 para voltar que era 35km, então isso dá 140 para 70 km cada vez que tu vem, então a gente achou que nós tínhamos que ver uma maneira do município ajudar, que a arrecadação do município é mais de 100 milhões anual e que o município tinha que concentrar os seus recursos nas estradas que estão em estado de calamidade pública". (Antonio 1)

Antonio completa sobre os produtores estarem ilhados, e daqui a pouco, direcionando sua renda de produção para outros municípios da região. Gilmar destaca a questão da educação:

"Esses alunos, eles ficaram 57 dias sem aulas presenciais. Então eu queria fazer um relato assim ó: cadê a nossa educação que é a base de tudo? Eu acredito que nós viemos para ter uma reunião com a administração pública, e acreditávamos que nós teríamos a posição emergencial nos pontos críticos da nossa estrada principal que é o Batu, mas não tivemos nada, nenhum maquinário, nenhuma carga de Cascalho, e isso prejudicou nossas crianças que hoje você constrói uma sociedade na base da educação, então a nossa educação está sendo prejudicada em virtude das estradas. Aí houve um excesso de chuva, mas aí eu pergunto, Cruz Alta também teve um excesso de chuva e a estrada de Cruz Alta ela tá normalmente transitável, você vai e volta normal com chuva ou sem chuva, e as nossas estradas nesse período, quatro anos, teve dois anos de seca, vamos falar dos dois anos de seca, nós não tivemos manutenção". (Gilmar 1)

Os entrevistados relatam terem se reunido com prefeito e poder legislativo, na Câmara de Vereadores, porém consideram que suas revindicações não foram atendidas e buscaram recurso no Ministério Público. Arlindo destaca a situação dos produtores leiteiros:

"E os caminhões do leite, chegam ali, tem os que fazem 10, 12 km de noite, quando chove para ir buscar o leiteiro, tem que ir com dois trator, um para puxar e um para segurar o caminhão para não tombar o caminhão do leite aí porque tomba e daí tem que vir aqui em dois com dois tratores pra puxar. Teve caminhão de ração que andou tombando também lá dentro. O Prefeito para ele tá tudo maravilha, ele não podia ser assim porque o principal é a agricultura, claro na cidade tem tudo, mas e quem produz lá fora no interior". (Arlindo 1)

A entrevista completa está disponível nas plataformas digitais da Rádio Tupã.