Pela terceira semana consecutiva, todo o Rio Grande do Sul está em bandeira preta, nível de risco máximo previsto no modelo de Distanciamento Controlado, conforme já havia sido antecipado pelo governador Eduardo Leite. Divulgados nesta sexta (12), os indicadores da 45ª rodada comprovam a pressão sobre a capacidade de atendimento hospitalar do Estado.
Mesmo considerando o aumento de 3% no número total de leitos de UTI existentes e a redução dos internados por outras causas, a elevação dos confirmados com Covid-19 em UTI fez com que se mantivesse quase a totalidade dos leitos de UTI do Estado ocupados, inclusive fora dos leitos regulares, o que indica operação acima da capacidade indicada em algumas regiões.
Por conta desse índice, foi mais uma vez acionada a salvaguarda que aplica automaticamente a bandeira de nível máximo a todas as regiões. Nesta rodada, novamente teriam ficado em bandeira vermelha (nota abaixo de 2,50) as regiões de Bagé (2,41) e Pelotas (2,31), por conta da variação de leitos de UTI, visto as correções de residência dos pacientes hospitalizados nos leitos intensivos. No entanto, a regra tem o objetivo de evitar colapso da regulação de leitos estadual e garantir que haja possibilidade de transferência de pacientes.
Todos os 11 indicadores monitorados com relação à velocidade de propagação do coronavírus e à capacidade de atendimento hospitalar tiveram piora nesta semana - mesmo calculados em cima de números recordes da rodada anterior. Entre os quais, o número de registros de novas hospitalizações (+19%), de internados em leitos clínicos (+27%), de internados em UTIs (+19%) e de óbitos (+54%), contabilizando 1.343 mortes em apenas sete dias. Na quinta-feira (11/3), houve recorde no número diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas.
Por conta desse cenário e em uma tentativa de conter a piora dos indicadores, o governador antecipou na semana passada que o Estado permaneceria todo em bandeira preta pelo menos até o dia 21 de março e com a suspensão da cogestão, não permitindo a flexibilização dos protocolos pelas prefeituras.
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